LOL, só para rebentar a escala de vídeos ridículos:
Granda SOM ! UHHHHUUHHH! LOL
GeoDaSilva - I'll Do You Like a Truck
GeoDaSilva - I'll Do You Like a Truck (Versão em Ibiza)
Xauzinho,
RC
terça-feira, janeiro 27, 2009
sexta-feira, janeiro 23, 2009
Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós
ps: Virgens...
quarta-feira, janeiro 21, 2009
Today
Hoje foi provavelmente o dia com maior significado histórico por nós vivido. Cabe a um unico homem a historica tarefa de mudar o mundo, da mesma maneira que mudou as nossas concepções sobre o que é possivel ou não de fazer.
A sua história inspira-nos a todos, e a sua boa disposição é refrescante tal qual a sua palavra.
Hoje foi o dia em que um gajo que é a cara chapada do reflex, apenas mais "bronzeado" como diria o Silvio, se tornou no presidente daquele pais que eu sempre gostei e que agora ainda gosto mais.
A casa branca ganhou um novo espirito
:)
Hoje foi provavelmente o dia com maior significado histórico por nós vivido. Cabe a um unico homem a historica tarefa de mudar o mundo, da mesma maneira que mudou as nossas concepções sobre o que é possivel ou não de fazer.
A sua história inspira-nos a todos, e a sua boa disposição é refrescante tal qual a sua palavra.
Hoje foi o dia em que um gajo que é a cara chapada do reflex, apenas mais "bronzeado" como diria o Silvio, se tornou no presidente daquele pais que eu sempre gostei e que agora ainda gosto mais.
A casa branca ganhou um novo espirito
:)
domingo, janeiro 18, 2009
sexta-feira, janeiro 16, 2009
quinta-feira, janeiro 15, 2009
Voces tambem podem..
Meter este link nos favoritos, e carregar lá todos os dias
http://www.thehungersite.com
Ver este video, e ir a kiva.org emprestar dinheiro (é-vos devolvido no final, eu já fiz 2 vezes e recebi sempre !)
http://video.nytimes.com/video/2007/03/26/opinion/1194817112007/diy-foreign-aid.html
Meter este link nos favoritos, e carregar lá todos os dias
http://www.thehungersite.com
Ver este video, e ir a kiva.org emprestar dinheiro (é-vos devolvido no final, eu já fiz 2 vezes e recebi sempre !)
http://video.nytimes.com/video/2007/03/26/opinion/1194817112007/diy-foreign-aid.html
Eu posso
-Reciclar o lixo doméstico, e o lixo dos bolsos do meu casaco
-Ir a pé ter com o tiago
-Gastar menos agua quando tomo banho
-Meter uma garrafa de agua no autoclismo e poupar agua
-Utilizar lampadas economicas e leds que alem de consumirem menos, duram mais tempo (10 a 50 anos)
-Pensar bem antes de comprar um candeiro com um estilo diferente, 50 anos é muito tempo
-Plantar uma semente de vez em quando, quem sabe mesmo fazer uma saida diferente e ir plantar umas arvores.
-Decidir onde quero que 1% dos meus impostos sejam gastos, bastando para isso prencher mais uma linha no irs e acresentar o numero da AMI, Cruz Vermelha, etc etc
-Aderir às facturas electronicas
-Isolar melhor a casa e poupar energia na climatização.
-Sorrir de vez em quando
-Ajudar os outros sem esperar receber.
-Partilhar
-Não fechar os olhos
- Educar-me continuamente para que os meus pensamentos e opiniões sejam sempre os mais correctos
-Reciclar o lixo doméstico, e o lixo dos bolsos do meu casaco
-Ir a pé ter com o tiago
-Gastar menos agua quando tomo banho
-Meter uma garrafa de agua no autoclismo e poupar agua
-Utilizar lampadas economicas e leds que alem de consumirem menos, duram mais tempo (10 a 50 anos)
-Pensar bem antes de comprar um candeiro com um estilo diferente, 50 anos é muito tempo
-Plantar uma semente de vez em quando, quem sabe mesmo fazer uma saida diferente e ir plantar umas arvores.
-Decidir onde quero que 1% dos meus impostos sejam gastos, bastando para isso prencher mais uma linha no irs e acresentar o numero da AMI, Cruz Vermelha, etc etc
-Aderir às facturas electronicas
-Isolar melhor a casa e poupar energia na climatização.
-Sorrir de vez em quando
-Ajudar os outros sem esperar receber.
-Partilhar
-Não fechar os olhos
- Educar-me continuamente para que os meus pensamentos e opiniões sejam sempre os mais correctos
Temos demasiadas coisas.
Tenho demasiadas coisas e como eu muita gente. Por vezes penso em ter ainda mais coisas, no feliz que ficaria, e como possuir um objecto será suficiente para acalmar a alma, dar saude, alegria e uma satisfação interior imensa. A verdade é que poucas coisas nos dão mais prazer que no momento da compra, por sabermos que as podemos comprar. A maior parte é remetida para um canto da mente que diz " tretas que precisavas de ter até as teres" -secção do desperdicio, Arquivo do Inutil.
Quando cheguei a mozanbique, sai para a rua como saio sempre, de oculos escuros na cara, de iphone na mão e a tentar ao maximo parecer um peru inchado. Passado um pouco meia duzia de crianças veio ter comigo para perguntarem se podiam levar a mala, por momentos o meu "id" peru inchou-se um pouco mais com a minha importancia. Teria eu de facto chegado ao apogeu da minha passagem na terra, o dia em que era reconhecido por todas as coisas que possuia e onde os outros contemplavam-me num misto de inveja e admiraçao?
Não sei o que me fez cair deste pedestal de bosta empilhada mais fortemente, se passado um pouco a mesma criança ter-me pedido uma caneta para a escola, ou se a outra, pequena demais para oferecer os seus serviços a estes belos exemplares da civilizaçao, quando veio ter com o grupo e perguntou se tinhamos comida.
Era habito na familia dizer-se sempre a mesma coisa quando estava a crescer e me recusava a comer tudo o que tinha no prato. "olha que há crianças em africa a morrer a fome, e tu estás a deixar essa comida toda boa no prato!" Obviamante que que responderia qualquer coisa como " quero lá saber dessas crianças em africa! não quero mais!"
Levei a maior chapada de sempre, e agora choro. Não porque me doa a cara, porque não me doi, mas porque caiu-me a mascara falasiosa de luxuria decandente. Gostava que houvesse um chocolate grande o suficiente para fazer-me parar de chorar, e outro com um papel de embrulho tão brilhante que não permite-se aos meus olhos ver. Sinto que sai da caverna e agora vejo a luz, e doem-me os olhos.
Da proxima vez que começar a queixar do pouco que tenho irei lembrar-me daquela criança. Irei lembrar-me de que pediu-me uma caneta para que pudesse estudar. Para que pudesse aprender. Ela não queria um iphone com musica, ou uns oculos de sol, queria uma caneta para levar para escola para puder estudar.
Temos que pensar no nosso estilo de vida. Quando tiramos demais, há alguem que fica sem.
Quando chegarem a esta linha a criança já estará longe demais. .
Tenho demasiadas coisas e como eu muita gente. Por vezes penso em ter ainda mais coisas, no feliz que ficaria, e como possuir um objecto será suficiente para acalmar a alma, dar saude, alegria e uma satisfação interior imensa. A verdade é que poucas coisas nos dão mais prazer que no momento da compra, por sabermos que as podemos comprar. A maior parte é remetida para um canto da mente que diz " tretas que precisavas de ter até as teres" -secção do desperdicio, Arquivo do Inutil.
Quando cheguei a mozanbique, sai para a rua como saio sempre, de oculos escuros na cara, de iphone na mão e a tentar ao maximo parecer um peru inchado. Passado um pouco meia duzia de crianças veio ter comigo para perguntarem se podiam levar a mala, por momentos o meu "id" peru inchou-se um pouco mais com a minha importancia. Teria eu de facto chegado ao apogeu da minha passagem na terra, o dia em que era reconhecido por todas as coisas que possuia e onde os outros contemplavam-me num misto de inveja e admiraçao?
Não sei o que me fez cair deste pedestal de bosta empilhada mais fortemente, se passado um pouco a mesma criança ter-me pedido uma caneta para a escola, ou se a outra, pequena demais para oferecer os seus serviços a estes belos exemplares da civilizaçao, quando veio ter com o grupo e perguntou se tinhamos comida.
Era habito na familia dizer-se sempre a mesma coisa quando estava a crescer e me recusava a comer tudo o que tinha no prato. "olha que há crianças em africa a morrer a fome, e tu estás a deixar essa comida toda boa no prato!" Obviamante que que responderia qualquer coisa como " quero lá saber dessas crianças em africa! não quero mais!"
Levei a maior chapada de sempre, e agora choro. Não porque me doa a cara, porque não me doi, mas porque caiu-me a mascara falasiosa de luxuria decandente. Gostava que houvesse um chocolate grande o suficiente para fazer-me parar de chorar, e outro com um papel de embrulho tão brilhante que não permite-se aos meus olhos ver. Sinto que sai da caverna e agora vejo a luz, e doem-me os olhos.
Da proxima vez que começar a queixar do pouco que tenho irei lembrar-me daquela criança. Irei lembrar-me de que pediu-me uma caneta para que pudesse estudar. Para que pudesse aprender. Ela não queria um iphone com musica, ou uns oculos de sol, queria uma caneta para levar para escola para puder estudar.
Temos que pensar no nosso estilo de vida. Quando tiramos demais, há alguem que fica sem.
Quando chegarem a esta linha a criança já estará longe demais. .
segunda-feira, janeiro 12, 2009
In Africa
-a very short novel
O sol entrou pela janela dentro, eram 5 da manha,o calor tinha-os feitos suar a noite toda, deixando uma camada de suor sobre todo o seu corpo. Era Africa que os recebia com todo o seu esplendor, num estranho misto energético de um agradavel desconforto.
Era entre um misto de lencol e de pele que acordavam em africa.
A imagem dos dois juntos tinha-se tornado mais rara à medida que o tempo passava e as suas obrigações aumentavam. Parecia que a cada novo patamar de conforto a sua paixão ia diminuindo, o seu calor ficava cada vez mais frio.
Nesse dia, Marta acordou diferente, os seus poros transpiravam uma energia crua e visceral. O seu corpo emanava cheiros doces. Sentia o calor de Africa em cada parte do seu ser. Deixou que a sua mão escorregasse no corpo suado de Jorge, procurando a paixão que à muito andava esquecida nas fotos dos albuns de antigamente. À medida que se aproximava, tambem o fazia o relógio, mas sem o saber, a cada momento que passava, o ponteiro dos segundos se aproximava cada vez mais do climax daquele pequeno aparelho electronico.
O som do despertador era como um cruel balde de agua fria num dia de inverno, como o som de uma reguada disciplinadora que nos obriga a endireitar as costas quando acabamos de nos sentarmos confortavelmente.
Era altura de levantar, parecia que nem aqui, longe de tudo aquilo que conheciam conseguiam ver-se livres de tudo aquilo que conhecem.
O seu corpo decidiu naquela manha reclamar aquilo que a sua alma à muito ansiava, ignorou aquilo que o relógio lhe dizia e decidiu seguir o que sentia, naquela manha quente em Africa. Aproximou-se do marido, e beijou-lhe os labios, deixando o cabelo cair sobre o seu peito, no mais puro instinto animal que conhecia, sentiu o picar suave do peito masculo do marido nos seus seios, compliando sensações que eram a cada momento ampliadas pelo calor que sentia em seu corpo.
-Agora não, tenho que ir trabalhar- disse jorge, levantando-se logo de seguida. Era a segunda vez em menos de cinco minutos que lhe era negado o prazer. Marta sentia-se como uma fera presa dentro de um jaula apertada demais. Parecia que nem longe de tudo eram capazes de voltar a sentir a paixão que antes era tão forte que os impedia de olhar os vizinhos nos olhos quando os encontravam no elevador de manha a caminho do trabalho.
O som da agua a correr, fê-la regressar ao frio do inverno que sentia em casa, o calor de Africa sozinho era insuficiente para a aquecer naquele dia quente.
Levantou-se da cama, estava cansada da longa viagem até aquela terra distante, a força que a levantava vinha de outro sitio que não a lógica ou a obrigação, os passos seguiam-se um ao outro à medida que se aproximava da casa de banho. A visão do seu robe preto sem nada por baixo seriam suficientes para qualquer homem atirar fora toda a lógica e a possuir ali mesmo, contra uma qualquer parede, em qualquer pedaço de chão. E embora cansada ela sabia-o, conhecia à muito o efeito daquela peça de roupa, a sua melhor amiga, contra uma qualquer brisa fria que se pudesse sentir numa noite de paixão.
Ao entrar pela casa de banho encontrou-o de toalha em volta da cintura, começando a fazer a barba.
Jorge mantinha-se em forma apesar do ritmo frenético de trabalho, lembrava-o de outros tempos quando era mais jovem e quando o conceito do tempo puder ser algum dia outra coisa que nao livre nao existia.
Ela gostava de o ver assim, simples e preparado. A visão assim dos dois ecoava memórias de um passado onde o calor nunca vinha do clima.
Aproximou-se dele, agarrando-o pela cintura, e beijando suavemente o pescoço, ele respondeu, parando por instantes o acção crua e mecanica que fazia enquanto se esconhava. Marta deixou o suave transforma-se em duro, e mordeu-lhe o pescoço.
Porra Marta! Já me fizeste cortar a fazer a porcaria da barba
O olhar na cara dela era o mesmo que fazia quando lhe diziam que não podia comer doces antes do jantar quando era criança.
Agora vou-me encontrar com o ministro, com a cara toda lixada! Porra! Será que consegues pensar antes de agir?!
-Desculpa, pensei que..
Eu disse-te que agora não, não consegues esperar ?!
Nas traseiras do carro, no wc, no casamento da prima, nos provadores da loja de lingerie, no balcão da varanda, eram todos sitios onde a paixão tinha sido mais forte, onde não tinham pensando antes de agir, onde não dava para esperar, mas agora passados 5 anos pareciam cada vez mais distantes, e Marta sabia-o como ninguem.
Saiu da casa de banho e voltou para a cama, todo o conforto que pudesse existir naquele que era “ o unico hotel 5 estrelas de Naquelma”, como era tão fortemente ostentado, pudesse existir tinha desaparecido. Os lencois que a abraçaram faziam-se sentir tão friamente que era como se nunca tivesse saido de casa.
À medida que os meios da felicidade entravam nas suas vidas, ela fugia cada vez mais fugazmente entre os dedos. Cada nova aquisição tirava mais que aquilo que oferecia. E cada novo aumento, parecia tornar mais pessados os encargos em vez de os fazer sentir como se não existissem.
Marta não era o tipo de mulher que desiste facilmente, tinha lutado arduamente por tudo aquilo que tinha na sua vida. Foi uma longa batalha para conciliar os estudos com o emprego, e foi sempre difícil o que para tantos era tão facil. Ela não sabia como desistir de lutar, mas sabia quando era altura de parar, e a cada dia que passava sentia cada vez mais que era altura de parar de lutar. Talvez ela e o Jorge, não tivessem destinados a ser, talvez toda aquela loucura do inicio tenha sido só isso, uma loucura de começo de relação que tem o seu lugar na vida de todos que a procuram e digna de figurar em qualquer livro cor de rosa, de tão intensa que foi.
Não era assim que Marta gostava de pensar, mas eram estes os pensamentos que repetidamente lhe entravam na mente. Forçando-a a moldar a sua vontade a uma verdade visivel apenas nas fotografias.
Na terra onde tudo começou parecia que os mais basicos dos instintos eram cada vez mais renegados para segundo plano, invadidos por correntes sem fim de pensamento estéril numa terra fertil.
Eram 9 da manha quando Marta voltou a olhar para o relógio. O calor tinha lentamente retomado o seu lugar entre os seus solitários lençois de casal, e o seu cerebro fervilhava em pesamentos que eram apenas cortados pelo rugir do seu estomago.
Depois de sair do banho, ficou a olhar para ele. Ela nao tinha pensado em vesti-lo naquele dia, nem tão pouco achou que seria necessário usa-lo de todo, caso o dia tivesse corrido como à muito desejava, contudo ao ver o vestido vermelho enclausurado naquela mala sentiu que tinha chegado a altura de o vestir.
O seu corpo era um campo fertil de ideias de paixao, beleza e luxuria, e sabia-o bem, talvez por o saber tao bem, é que apreciava quando a julgavam pelo todo que tinha sido tao arduamente conquistado, em vez de só por isso. Porem nao podiar deixar de negar um facto tão intensamente exposto. Era uma mulher bonita, e cada curva do seu corpo sabia-o bem.
Decidiu tomar o pequeno-almoço no hotel, orgulhosamente só nos seus pensamentos.
Enquanto bebia um sumo de laranja, pensou como sua vida, e do como gostava dela. Envolta no nevoeiro dos pensamentos matinais, até conseguia ver felicidade na sua vida. Conseguia quase ver apenas os momentos bons, como a viagem ao Peru, a escapadinha de fim de semana a Paris, e as férias em Italia.
A perfeição das suas mentiras era tal que quase se tornavam tentadoras, nao fosse o seu olhar distante e talvez se tivessem tornado permanentes.
O destino quis-lo de outra forma.
Ricardo Pascual
-a very short novel
O sol entrou pela janela dentro, eram 5 da manha,o calor tinha-os feitos suar a noite toda, deixando uma camada de suor sobre todo o seu corpo. Era Africa que os recebia com todo o seu esplendor, num estranho misto energético de um agradavel desconforto.
Era entre um misto de lencol e de pele que acordavam em africa.
A imagem dos dois juntos tinha-se tornado mais rara à medida que o tempo passava e as suas obrigações aumentavam. Parecia que a cada novo patamar de conforto a sua paixão ia diminuindo, o seu calor ficava cada vez mais frio.
Nesse dia, Marta acordou diferente, os seus poros transpiravam uma energia crua e visceral. O seu corpo emanava cheiros doces. Sentia o calor de Africa em cada parte do seu ser. Deixou que a sua mão escorregasse no corpo suado de Jorge, procurando a paixão que à muito andava esquecida nas fotos dos albuns de antigamente. À medida que se aproximava, tambem o fazia o relógio, mas sem o saber, a cada momento que passava, o ponteiro dos segundos se aproximava cada vez mais do climax daquele pequeno aparelho electronico.
O som do despertador era como um cruel balde de agua fria num dia de inverno, como o som de uma reguada disciplinadora que nos obriga a endireitar as costas quando acabamos de nos sentarmos confortavelmente.
Era altura de levantar, parecia que nem aqui, longe de tudo aquilo que conheciam conseguiam ver-se livres de tudo aquilo que conhecem.
O seu corpo decidiu naquela manha reclamar aquilo que a sua alma à muito ansiava, ignorou aquilo que o relógio lhe dizia e decidiu seguir o que sentia, naquela manha quente em Africa. Aproximou-se do marido, e beijou-lhe os labios, deixando o cabelo cair sobre o seu peito, no mais puro instinto animal que conhecia, sentiu o picar suave do peito masculo do marido nos seus seios, compliando sensações que eram a cada momento ampliadas pelo calor que sentia em seu corpo.
-Agora não, tenho que ir trabalhar- disse jorge, levantando-se logo de seguida. Era a segunda vez em menos de cinco minutos que lhe era negado o prazer. Marta sentia-se como uma fera presa dentro de um jaula apertada demais. Parecia que nem longe de tudo eram capazes de voltar a sentir a paixão que antes era tão forte que os impedia de olhar os vizinhos nos olhos quando os encontravam no elevador de manha a caminho do trabalho.
O som da agua a correr, fê-la regressar ao frio do inverno que sentia em casa, o calor de Africa sozinho era insuficiente para a aquecer naquele dia quente.
Levantou-se da cama, estava cansada da longa viagem até aquela terra distante, a força que a levantava vinha de outro sitio que não a lógica ou a obrigação, os passos seguiam-se um ao outro à medida que se aproximava da casa de banho. A visão do seu robe preto sem nada por baixo seriam suficientes para qualquer homem atirar fora toda a lógica e a possuir ali mesmo, contra uma qualquer parede, em qualquer pedaço de chão. E embora cansada ela sabia-o, conhecia à muito o efeito daquela peça de roupa, a sua melhor amiga, contra uma qualquer brisa fria que se pudesse sentir numa noite de paixão.
Ao entrar pela casa de banho encontrou-o de toalha em volta da cintura, começando a fazer a barba.
Jorge mantinha-se em forma apesar do ritmo frenético de trabalho, lembrava-o de outros tempos quando era mais jovem e quando o conceito do tempo puder ser algum dia outra coisa que nao livre nao existia.
Ela gostava de o ver assim, simples e preparado. A visão assim dos dois ecoava memórias de um passado onde o calor nunca vinha do clima.
Aproximou-se dele, agarrando-o pela cintura, e beijando suavemente o pescoço, ele respondeu, parando por instantes o acção crua e mecanica que fazia enquanto se esconhava. Marta deixou o suave transforma-se em duro, e mordeu-lhe o pescoço.
Porra Marta! Já me fizeste cortar a fazer a porcaria da barba
O olhar na cara dela era o mesmo que fazia quando lhe diziam que não podia comer doces antes do jantar quando era criança.
Agora vou-me encontrar com o ministro, com a cara toda lixada! Porra! Será que consegues pensar antes de agir?!
-Desculpa, pensei que..
Eu disse-te que agora não, não consegues esperar ?!
Nas traseiras do carro, no wc, no casamento da prima, nos provadores da loja de lingerie, no balcão da varanda, eram todos sitios onde a paixão tinha sido mais forte, onde não tinham pensando antes de agir, onde não dava para esperar, mas agora passados 5 anos pareciam cada vez mais distantes, e Marta sabia-o como ninguem.
Saiu da casa de banho e voltou para a cama, todo o conforto que pudesse existir naquele que era “ o unico hotel 5 estrelas de Naquelma”, como era tão fortemente ostentado, pudesse existir tinha desaparecido. Os lencois que a abraçaram faziam-se sentir tão friamente que era como se nunca tivesse saido de casa.
À medida que os meios da felicidade entravam nas suas vidas, ela fugia cada vez mais fugazmente entre os dedos. Cada nova aquisição tirava mais que aquilo que oferecia. E cada novo aumento, parecia tornar mais pessados os encargos em vez de os fazer sentir como se não existissem.
Marta não era o tipo de mulher que desiste facilmente, tinha lutado arduamente por tudo aquilo que tinha na sua vida. Foi uma longa batalha para conciliar os estudos com o emprego, e foi sempre difícil o que para tantos era tão facil. Ela não sabia como desistir de lutar, mas sabia quando era altura de parar, e a cada dia que passava sentia cada vez mais que era altura de parar de lutar. Talvez ela e o Jorge, não tivessem destinados a ser, talvez toda aquela loucura do inicio tenha sido só isso, uma loucura de começo de relação que tem o seu lugar na vida de todos que a procuram e digna de figurar em qualquer livro cor de rosa, de tão intensa que foi.
Não era assim que Marta gostava de pensar, mas eram estes os pensamentos que repetidamente lhe entravam na mente. Forçando-a a moldar a sua vontade a uma verdade visivel apenas nas fotografias.
Na terra onde tudo começou parecia que os mais basicos dos instintos eram cada vez mais renegados para segundo plano, invadidos por correntes sem fim de pensamento estéril numa terra fertil.
Eram 9 da manha quando Marta voltou a olhar para o relógio. O calor tinha lentamente retomado o seu lugar entre os seus solitários lençois de casal, e o seu cerebro fervilhava em pesamentos que eram apenas cortados pelo rugir do seu estomago.
Depois de sair do banho, ficou a olhar para ele. Ela nao tinha pensado em vesti-lo naquele dia, nem tão pouco achou que seria necessário usa-lo de todo, caso o dia tivesse corrido como à muito desejava, contudo ao ver o vestido vermelho enclausurado naquela mala sentiu que tinha chegado a altura de o vestir.
O seu corpo era um campo fertil de ideias de paixao, beleza e luxuria, e sabia-o bem, talvez por o saber tao bem, é que apreciava quando a julgavam pelo todo que tinha sido tao arduamente conquistado, em vez de só por isso. Porem nao podiar deixar de negar um facto tão intensamente exposto. Era uma mulher bonita, e cada curva do seu corpo sabia-o bem.
Decidiu tomar o pequeno-almoço no hotel, orgulhosamente só nos seus pensamentos.
Enquanto bebia um sumo de laranja, pensou como sua vida, e do como gostava dela. Envolta no nevoeiro dos pensamentos matinais, até conseguia ver felicidade na sua vida. Conseguia quase ver apenas os momentos bons, como a viagem ao Peru, a escapadinha de fim de semana a Paris, e as férias em Italia.
A perfeição das suas mentiras era tal que quase se tornavam tentadoras, nao fosse o seu olhar distante e talvez se tivessem tornado permanentes.
O destino quis-lo de outra forma.
Ricardo Pascual
Subscrever:
Mensagens (Atom)